Então é Natal!!!
E a maioria dos “NOSSOS” do La Villa, já viveram essa data por várias décadas, em vários formatos e diferentes companhias…
Deve ser por isso que já deixaram para trás todo ‘glamour’ e hoje vivenciam este dia como outro qualquer, porque só precisam que a rotina de CUIDADOS seja mantida e respeitada.
Ignoram a apelação comercial que define que é preciso consumir para demonstrar “amor ao próximo”…
Hoje vibram em outra frequência!!!
Dispensam o desperdício e a ostentação das iguarias das ceias porque o corpo já não permite mais exageros, saboreando assim, a comidinha simples e caseira de Cleide e Rosário.
Cozinhar é uma alquimia, uma magia, uma arte de transformar os alimentos.
E de repente o aroma toma conta do ambiente…
É a maneira de dizer para eles e elas “amamos vocês” todos os dias independentes de datas…
E eles retribuem com estilo e da maneira mais simples: pratos , canequinhas e cumbuquinhas totalmente vazias.
Em nome de D. Verinha agradeço vocês, meninas que ‘choferam’o fogão. Mesmo quando saímos para passear com ela, fica com sentido na refeição que será servida, porque por melhor que seja o cardápio escolhido lá fora, falta nele uma pitada de Cleide e Rosário.
Não é à toa que mamãe adora ficar na cozinha com vocês, proseando e palpitando…
Não dão mais bola para as pomposas bolas das árvores que ficam envoltas às brilhantes luzes de led. Agora o que vale são as curtas e brilhantes unhas coloridas, com direito a “filha única” e gliter que as meninas Larissa e Melissa pintam com tanto carinho.
Tem também as cores dos lápis que mãos trêmulas e sem muita coordenação insistem em preencher o branco dos papéis sob a direção de Aline nas atividades de Terapia Ocupacional….
Já dispensam as embalagens brilantes dos presentes envolvidas em pomposos laçarotes, pois os maiores presentes são a presença de Sônia e Kézia sempre tão centradas e profissionais em suas funçôes…
Aquela estrela que quase nos fazem desequilibrar para ajustá-la no topo da árvore é substituída facilmente por Rose, que com seu jeitinho carinhoso mima “suas crianças” da terceira idade transformando-as carinhosamente em Nén. Acho que a seus olhos os vovôs e vovós voltam a ser Néns, seus nenéns.
Letícia e Melissa são lindas!
É o que a senhora de cabelos branquinhos e olhos verdinhos não se cansa de repetir.
Às vezes em sua dificuldade de verbalizar, pois a cabecinha já não ajuda a formular os pensamentos e as palavras saem desconexas, mas com firmeza enfatiza que as meninas são tão lindas… Lindas mesmo pelo carinho com que a conduz, com seus passos já tão desequilibrados até o carro, para os passeios semanais.
Estão totalmente desplugados se as bolas da árvore são coloridas, em degradê ou apenas de cor única. O que importa é ela estar com o ‘look’ impecavelmente combinando, pulseirinhas no braço e tic-tac no cabelo que tem a assinatura de Rodney.
Sempre criativo em suas brincadeiras e palhaçadas, faz a doninha se sacudir de tanto rir, mas vez ou outra fica muito brava e briga com ele…
Não é incomum chegar no meu celular uma mensagem questionando:
“Natália, quem é Tonha?
Porque sua mãe está pedindo para ir na casa dela toda hora.”
É Grazi querendo se inteirar do contexto de vida da geniosa D. Vera, para melhor conduzir os seus pensamentos desconexos.
Tem ainda as meninas que só cruzei ao pegá-la ou devolvê-la, com pouco contato ainda, como Amanda e Larissa. Mas que não deixei de ouvir a frase: Essa aí é boa demais!!!
Porque será que aos olhos verdes da senhorinha outrora tão brava e enérgica, com o passar dos anos, passou a enxergar as pessoas todas como tão BOAS e tão BELAS???
Acho que adquirem a magia de ver as qualidades das pessoas com lupa. Quero também desenvolver esse dom…
Tem ainda “aquela do cabelo curto que ficou tão bonito…”
Tem a outra “com quem divide segredos”, segredos que não consegue guardar e acabo sabendo em primeira mão que tem uma bebezinha a caminho…
A terceira trás a “menina para ela cuidar e olhar…”E ai da menina se sair de perto dela…” Com a desculpa de quem está viagiando com zelo, acaba revelando um ciúmes incontrolável e fica emburrada.
Daniela, que imagino eu, com manobras simples e delicadas deixa a turminha prontinha para Nívia repassar todos os ritmos de uma vida, com eles.
E o que importa se é Natal e eles estão mesmo querendo são as marchinhas de Carnaval ou as modinhas dos Arraiá de São João???
Já são soberanos e atemporais… Podem sim se darem a esse luxo!!!
Dançam como bem entendem, sentados ou de pé, e com a limitação que os longos anos vividos impoēm… Mas o importante é continuarem dançando enquanto puderem e quiserem…
Regiane, que até então não tive o prazer de encontrar, mas sei que é a responsável por deixar o ambiente limpinho, saudável e muito cheiroso. Isso é aconchego! Eu, que chego na casa, quase toda hora, fora de hora, sempre encontro o ambiente impecável.
Então é Natal …
É com ENORME GRATIDÃO e, tenho certeza de que endossada pela minha irmã Lu, que AGRADECEMOS por tudo que fazem pela nossa mãe. Ela que passou a se sentir presa no seu próprio apartamento e não enxergava mais a minha casa como sua também.
Com braveza e muita pirraça acabou por nos permitir escrever um capítulo diferente em nossas históriasde vida e agregou tantos outros personagens em nossas existências.
E assim, muitas vezes ignorando o julgamento de muitos, que entendem que terceirizamos nossa mãe, na realidade acabamos ganhando outras mães que atendem por D. Adenita, D. Conceição, D. Ione, D. Glória e D. Maria José. Para completar o pacote, vieram também os pais: Sr. José Aparecido, Sr. Geraldo, Sr. Geraldo Sabino, Sr. Lúcio e Sr. Renato.
Hoje, todos vocês fazem parte de nossa história, da história de D. Vera…
Gostaria então, de desejar um FELIZ NATAL e que cada dia seja MARAVILHOSO, porque vocês nos ensinam o tempo todo que precisamos de tão pouco para viver e ser feliz!!!
Então é Natal…
Texto redigido por Natália, filha de dona Vera